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Postado em 14 de Julho de 2017 às 09h03

Parte de lucro de hamburgueria de Florianópolis é destinada a causas sociais

Uma empresa de Florianópolis resolveu aplicar parte do lucro com as vendas de hambúrgueres gourmet em investimentos sociais, revertidos em ações que fazem diferença na vida de centenas de pessoas, animais e para o meio ambiente.

A proposta, que visa ir além de um marketing social e passa a ser um instrumento de transformação, integra a série de reportagens SC+, com o exemplo de uma Santa Catarina mais atuante.
“A nossa proposta é colocar um holofote na causa, é sensibilizar a tal ponto que a pessoa quando passar por um morador de rua, ela não vire a cara, para não acontecer o mesmo que ocorreu de um morador de rua pedir comida e ser baleado, isso é inadmissível [ao fazer referência ao caso que ocorreu em São Paulo, em que um morador de rua foi baleado por PM, depois de uma suposta discussão por pedir alimento em uma pizzaria]”, afirma Talissa Pires, de 25 anos, que é sócia da Usina do Hamburguer.

A hamburgueria, desde agosto de 2016 até julho, investiu R$ 41.607 em ações. Entre os projetos está uma campanha “Isso é um hambúrguer. Isso é um movimento”, que é destinada para iniciativas sociais na Grande Florianópolis.

“A Usina cresceu mais de 300% em um ano com essas ações. Não tem como fazer uma ligação direta, mas acredito que foi por conta do apoio social porque acabamos criando outro nicho de mercado”, afirma.

A sócia da Usina do Hamburguer declara que, apesar da nova geração estar mais disposta a investir em projetos e ideias sociais, são os consumidores que têm o verdadeiro poder de estimular a prática.
“Na medida em que o consumidor exigir que invistam em causas sociais por meio da sua cultura e hábito, mais as empresas vão colocar isso no escopo delas. Tenho um sonho que a cada dia aumente a parcela de investimentos direcionados a causas atreladas à venda de um benefício social”.

Hambúrguer do bem
A iniciativa aliada às causas surgiu durante um momento de superação financeira do próprio negócio. “Depois de passar por meses de dificuldade com as vendas, tínhamos que fazer algo solidário para agradecer por tudo. A Usina só deu certo porque deixamos de viver nosso individual para compartilhar com o coletivo”, disse.

Foi quando ela e os sócios, Elimar Oliveira e Marco Ramos, resolveram se engajar no Projeto Resgate, que trabalha com apoio aos moradores de rua, e na época reverteram para cada hambúrguer vendido, um doado.

“Vendíamos em torno de 40 a 60 hambúrgueres. No dia da iniciativa, tínhamos nos programado para vender uma média de 200. Só que vendemos 340 hambúrgueres em 40 minutos de loja aberta”, disse. Por conta disso, as doações iniciais foram feitas para 200 pessoas. “Era um dia frio e os moradores de rua, que geralmente recebem sopa, ficaram surpreendidos quando receberam o hambúrguer. Toda a ação movimentou voluntários, que também se sensibilizaram pela causa, ao notar que essas pessoas tinham uma própria lei de convívio, muitas delas tinham estudo e estavam desempregadas”.

Com os outros 140 lanches foi realizado um piquenique para as crianças da comunidade Chico Mendes, no bairro Monte Cristo. “Muitas crianças nem sabiam o que era um hambúrguer. Foi uma realidade muito complicada de ser encarada”, recorda.

Diante deste cenário, a empresária conta que chegou a ir atrás de outras empresas para que juntas elaborassem um projeto maior para o local. "Quando eu saí de lá com aquela sensação de vazio, pensei que a Usina poderia trazer a alegria por um dia, e os outros 29 dias do mês teriam outras empresas ajudando. Mas mesmo entrando em contato, ninguém se interessou em promover por apenas um dia a transformação na comunidade”, lamenta.

Mesmo assim, a empreendedora resolveu apostar em uma alternativa aliada aos consumidores. Inspirado em uma proposta americana, foi implantado na empresa a campanha em que cada hambúrguer vendido, R$ 1 seria doado para uma causa. “Hoje temos uma margem um pouco menor por causa disso, pois temos um preço de mercado que não tem para onde fugir. Não olhamos mais para fora, para ver como podemos ser melhor que nossos concorrentes. Olhamos para dentro para vermos como podemos ser melhores como empresa e pessoas”.

O potencial da escolha do cliente
Talissa fala sobre o complexo jogo em que empresas se associam a causas sociais ao mesmo tempo em que precisam ser lucrativas. Para ela, o marketing de causa está em evolução em âmbito local e nacional, mas ainda necessita crescer mais e os consumidores devem impulsionar a prática ao reconhecer e valorizar essas ações.

“O consumidor também precisa valorizar mais a causa e da importância que tem as próprias escolhas e hábitos. Quando ele escolhe comprar na Usina, ele está automaticamente ajudando alguém que precisa, ou seja, não é a Usina que doa, é sim o cliente, quando ele decide em comprar conosco”, explica.

Resultados do investimento social
Para a Associação de Amigos do Autista (AMA), o investimento social resultou na proposta para a construção de um espaço de musicoterapia. “Como estávamos no início chegamos a vender R$ 2,6 mil e o valor foi pouco para a doação. No entanto, um cliente ligou e doou mais equipamentos, depois conseguimos uma parceria com a Escola Superior de Administração e Gerência (Esag). Acabamos sendo realmente uma ponte entre pessoas que acabaram ajudando muito mais”, explica.

Talissa explica que cada um dos recursos passa por uma avaliação em conjunto na empresa antes do investimento final. “Nós identificamos alguma solução que pode impulsionar a instituição para gerar mais renda ou para melhorar quem está lá dentro. Fazemos o mapeamento, a instituição faz os orçamentos e a gente entrega essas coisas prontas, em nenhum momento entregamos dinheiro para a instituição”.

A empresa também criou o evento do Movimenta-se, que teve o objetivo de unir e aproximar projetos e empresas. Por meio dos recursos do investimento foi criado um espaço de valorização dos resíduos orgânicos no Jardim Botânico, oficinas e treinamento sobre compostagem, na construção da quadra poliesportiva na Casalar Emaús, na reforma interna da Kombi para adaptar como uma unidade móvel de cultura do projeto Cidades Invisíveis, e, na construção do espaço de serigrafia para os menores infratores no Centro de Atendimento Sócio Educativo (CASE).

Fonte: G1 Santa Catarina 

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